Liberdade Vigiada em Ituzaingo

20 de Agosto de 2005 - Argentina

.
..

Na quarta-feira da semana passada, conversando com o Marcos, ele lançou a idéia de viajarmos até

Ituzaingo na Argentina  no sábado. Ele vai seguido pra pescar, sempre foi de carro, nunca tinha ido

de moto. Na quinta respondi que sim, na sexta revisão da moto, documentação e bagagem arrumada.

 

 

 

 

Por mim já saia na sexta mesmo, nem que fosse pra rodar 150 ou 200 km e pernoitar.

A ansiedade me consome. 

 

 

 

 

 

Combinamos de sair as 5:30hs da manhã do dia 20.08.2005. Acordei exatamente as 5:30hs.

 

 

 

 

 

Foram percorridos aproximadamente 1.900 Km

 

 

Devido ao meu atraso saímos as 6:45hs , acertamos rodar a 100 km por hora cravado, como diz o Marcos, é claro que andamos mais. Apesar do dia nublado, a viagem corria tranqüila. Após Estrela, no começo da serra, entrou uma neblina forte que nos seguiria até próximo de Soledade.

 

 

 

Após o pedágio em Soledade entramos em direção a Espumoso. Almoçamos em Ijuí. Passamos pelas missões e,

chegamos a São Borja. Ultima abastecida no Brasil, só para garantir, não sabíamos a distância dos postos no lado

Argentino. Feito o trâmite e troca de moeda na aduana, entramos em solo argentino por volta das 16:30 hs.. 

 

 

 

 

Estrada de excelente qualidade, um pouco mais estreita que as nossas, com retas que se fundem com o céu, quase sem  movimento, apesar de monótona, a viagem rende muito. A única coisa que falta é o acostamento asfaltado, já que o que  existe, é coberto por uma vegetação rasteira, o qual em dias de chuva, esconde por baixo uma lamina de água quetransforma a terra vermelha em barro. Para sair da estrada em direção ao acostamento, caso haja necessidade e esteja chovendo ou mesmo após, o melhor é parar a moto na pista e sair a quase zero por hora.

 

 

 

 

Mas, o calor continuava aumentando. Logo começaram a surgir nuvens e mais nuvens. No horizonte raios, nós tínhamos a esperança de chegar a Ituzaingo sem pegar chuva, mas não deu. Caiu o mundo, chuva e um vento forte. Reduzimos nossa velocidade e fomos em frente, as vezes não conseguíamos ver nada. Entramos na cidade as 18:40hs.. Fomos direto para a casa do Tito, amigo do Marcos. Uma conversa rápida e fomos procurar o hotel. 

 

 

 

 

Depois de instalados, banho tomado, saímos para jantar na companhia do Tito. O domingo amanheceu com muito vento e, volta e meia caia uma pancada. Mesmo assim saímos, fomos visitar algumas cabanas de pesca, onde conheci Dona Amanda, também conhecida do Marcos, que se recupera de uma cirurgia, praças, clube náutico, praias... de vez em quando corríamos para algum abrigo, era chuva. 

 

 

 

 

Estávamos caminhando numa dessas praças, em frente a

Hosteria Yacyreta que é o melhor hotel da região.

 

 

 

 

Quando vimos uma Van com duas senhoras que pararam, desceram e, ficaram analisando as motos.

Nos apresentamos, perguntaram de que local do Brasil éramos, se estávamos pescando.

 

 

 

 

Bem, resumindo, era a Norma, proprietária de uma Vulcan 500, e a Andréa que é uma das colaboradoras

da Norma, que junto com o seu pai, proprietário de uma Virago 750, administram a Hosteria.

 

A Norma nos fez um belo desconto, para que nos mudássemos.

 

 

 

 

Aceitamos o convite, e combinamos que entraríamos a tarde. Para terem uma idéia de como fomos bem recebidos por todos nesta cidade, que quando estávamos estacionando as motos para almoçar, começou a chover, uma senhora da loja ao lado do restaurante veio perguntar se não queríamos colocar as motos em cima da calçada, embaixo do toldo do seu estabelecimento comercial, para que não pegassem chuva, é inacreditável. Por volta das 15:00hs entramos na Hosteria, o hotel é nota dez, tudo perfeito, apartamentos muito confortáveis, a vista do rio Paraná então é magnífica e, ainda oferece, restaurante internacional, piscina, translados desde Posadas, excurções para pesca embarcada, passeios de lancha pelas ilhas, o pessoal trabalha para que a gente se sinta em casa. Qualquer coisa é só ligar (03786) 420579 ou e-mail: hyacyreta@arnet.com.ar . A Norma agendou na hora uma visita a Usina Hidrelétrica de Yacyretá.

 

 

 

Eu e o Marcos saímos na corrida, pois estávamos em cima da hora. A exemplo de Itaipu, mais uma vez o Paraguai deu um show de esperteza estratégica, pois sem investir um tostão, a Argentina foi quem contratou o empréstimo, ganhou mais uma usina, vendendo a parte que lhe cabe em energia ao Brasil. E essa é pior, por acordo apesar da área ser considerada neutra, a usina está toda em território Paraguaio. É só romper o acordo. Mas sem dúvida é uma bela obra, com uma eclusa para barcaças de cargas, algumas transportam o equivalente a 800 carretas, principalmente soja do Paraguai para Argentina. É a única no mundo que conta com um elevador para peixes, é claro que está longe de ser tão eficiente quanto a natureza, mas permite que ainda aconteça mesmo que em pequena escala, a piracema. Tudo muito bem explicado pela nossa Guia Silvia.

 

 

 

 

No final do dia fomos passear, agora na companhia da Norma e sua Vulcan, que nos apresentou o

Carlos. Carlos é um  comerciante proprietário de uma sorveteria no centro e, do Paradouro Soro, principal ponto

de agito da galera durante o veraneio, ex-piloto de motocross, hoje anda a bordo de uma Honda Transalp 600.

 

É ele e sua equipe, quem organiza o encontro de Ituzaingo

 

 

 

 

Conversamos muito sobre motos, encontros, Brasil. Argentina, policiais, política, motociclistas, viagens, preços de motos, fazendo um paralelo entre os dois paises. Encontramos também nesta noite uns parceiros de Guaíba, o Anema, Clovis Fedato (ex-Machão), e o Alfredo da Caixa Federal, foram para pescar, por isso não ficaram com a gente. Jantamos na companhia da Norma. Na segunda acordamos cedo, como o tempo ainda se mostrava nublado, decidimos voltar para casa, mas antes queríamos lavar as motos.

 

 

 

 

Enquanto elas estavam sendo lavadas, o Carlos passou por nós, não demorou muito ele voltou com uma pilha de fotos dos encontros, viagens, corridas, o pessoal acabou o serviço e nós batendo papo. Nos despedimos, fomos para o hotel, carregamos as tralhas nos despedimos da Norma e seus colaboradores e, dê-lhe estrada. Saímos por volta das 11:30hs. Com muito vento e calor. Não chegamos a rodar 90 km e veio a chuva. Na segunda conseguimos rodar até Cruz Alta, para pernoitar, chegamos as 19:00hs.

 

 

 

 

Andamos a tarde toda com chuva e vento. Terça feira saímos de Cruz Alta às 09:15hs, não pegamos chuva, mas o vento  estava implacável, principalmente as rajadas, desestabilizando as motos. Chegamos em Guaíba às 14:25hs. Uma rápida  parada na oficina do Paulinho (Cebolinha), só pra provocar, fomos para casa. Ituzaingo, é uma cidade sensacional, com povo muito hospitaleiro, limpa, organizada, praças super conservadas, extremamente segura, próximo a Posadas, 90 km,  capital da Província de Misiones, uma região onde um passeio vale a pena. Valeu, Marcos pela companhia e parceria,  obrigado Norma e Carlos pelas conversas agradáveis e, pela maneira fraterna com que nos receberam.

   

 

 

 

 

Mail recebido pelo Roberto da nova amiga da Argentina

 

 

De: Norma Cristhina Jungmerker.- [mailto:hyacyreta@arnet.com.ar]

Enviada em: domingo, 28 de agosto de 2005 19:43

Para: roberto

Assunto: Re: Psseio a Ituzaingo

Mensaje citado por: roberto <roberto@moncap.com.br>:

 

HOLA ROBERTO

 

QUE LINDO RECIBIR TU MAILS ME PUSE MUY CONTENTA PORQUE VEO TE ACORDATES DE MI.

 

ME ALEGO MUCHISIMO QUE HAYAN LLEGADO SUPER BIEN, LO DE LA LLUVIA Y EL VIENTO ES INEVITABLE....EL HOMBRE PROPONE Y DIOS DISPONE.- RECIEN ENTRE A VUESTRA PAGINA Y ME ENCANTO, COMO ME GUSTARIA CONOCER A TODOS LOS INTEGRANTES Y HASTA ENCONTRARNOS EN ALGUN ENCUNENTRO.

 

SERIA BARBARO......NO??????????

BUENO UN GRAN ABRAZO PARA VOS Y POR SU PUESTO TU FAMILIA.

NORMYME P

 

> Querida Norma,

> Chegamos terça-feira as 14:00hs em Guaíba. Mesmo com muita chuva e vento, na estrada, chegamos bem.

> Nossa viagem deve estar publicada no nosso site:

> www.liberdadevigiadamotogrupo.hpg.com.br, até a próxima semana.

> Enquanto isso pode ir dando uma olhada em quem somos e o que fazemos.

> Muito obrigado pela companhia e amizade.

> Norma, um grande abraço para ti, o Carlos e a Andréia.

>

> Roberto A. Schaarschmidt

 

 

Percorridos: 1.900km